Burnout 3: Takedown
Ah, Burnout 3: Takedown!
Eu já gostava de jogos de corrida no Mega Drive e no PS1, com Road Rash, Ridge Racer e vários outros, mas sem dúvida foi o PS2 que me transformou num grande fã do gênero. Need for Speed veio com tudo trazendo Hot Pursuit 2, os Undergrounds e o Most Wanted, Midnight Club surgiu e se tornou uma grande série e a THQ lançou uma penca de jogos legais de offroad, mas a série que mais me conquistou foi Burnout, principalmente com o 3, meu favorito.
Eu vendi meu PS2 para comprar o PS3 em 2009, nunca tive muita sorte com o PCSX2 e minhas esperanças de um Burnout Collection nunca se tornaram realidade, então ao comprar outro PS2 há algum tempo eu finalmente pude jogar de novo esse grande jogo, depois de quase uma década.
Lá no fundo eu tive medo de que talvez ele não fosse tão divertido como eu lembrava, mas diabos, ele realmente é! Eu provavelmente não ficava tão vidrado em um jogo desde meus tempos de adolescente sem preocupações! Então sigam-me os bons para a análise!
Burnout 3: Takedown
Desenvolvedora: Criterion Games
Lançamento: 2004
Plataformas: PlayStation 2 e Xbox
Desenvolvedora: Criterion Games
Lançamento: 2004
Plataformas: PlayStation 2 e Xbox
Correr loucamente pelo trânsito era a essência de Burnout 1 e 2, mas não é o foco de Burnout 3. Continua muito presente, pode ter certeza, mas agora o foco do gameplay é dirigir agressivamente: não basta deixar nossos adversários para trás, o jogo quer que os deixemos em pedaços!
Ações arriscadas, como andar na contramão, tirar fina dos carros do tráfego e fazer drift, continuam nos recompensando com turbo, mas agora também somos recompensados por qualquer tipo de ataque contra os rivais, desde simples raladas de laterais até a ação titular do jogo, os takedowns.
Um takedown é quando fazemos um adversário bater, seja prensando-o contra uma parede, empurrando-o para um outro carro ou mesmo entrando no caminho dele depois de uma batida. É de longe a ação que mais nos dá turbo, mas esse incentivo nem seria necessário, pois é uma mecânica divertidíssima e logo estamos mais focados em destruir os inimigos do que em ficar na liderança. Encaixar uma sequência de takedowns e ver os adversários ficando para trás totalmente despedaçados é satisfatório demais!
Sério, eu tiro o chapéu para a Criterion por ter criado um sistema tão icônico e alcançado uma qualidade tão alta logo na sua estreia!
O turbo agora funciona de uma forma mais convencional: podemos usá-lo quando quisermos e não podemos mais encaixar combos, mas a barra se enche bem rápido e takedowns dobram, triplicam e quadruplicam seu tamanho, então depois de alguns takedowns no início da corrida já temos turbo suficiente para correr muito.
Eu gostei bastante do sistema de turbo no segundo jogo e essa mudança tira sua peculiaridade, mas considerando que o jogo agora tem outro foco é uma escolha perfeita. Quando um inimigo nos ultrapassa, por exemplo, um pequeno uso do turbo já é o suficiente para alcançá-lo e poder fazer um takedown, ser obrigado a usar toda a barra de uma vez acabaria atrapalhando bastante momentos como esse.
E a sensação de velocidade, que também era uma característica marcante do segundo jogo, está ainda melhor aqui, mesmo com os veículos mais básicos. O controle do carro é excelente, bem leve e ágil, e conforme desbloqueamos carros mais potentes as velocidades se tornam absurdas.
As pistas agora estão espalhadas pelo mundo, mais especificamente nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia.
O design delas é muito bom, com curvas perfeitas para drift e alguns trechos difíceis de dominar. E algo que gosto muito é que elas são bem variadas, não apenas no cenário, mas também no trânsito: dentro dos EUA mesmo temos a Silver Lake, que fica entre as montanhas e é bem tranquila, e a Downtown, que fica no meio da cidade e é cheia de carros.
Além dos pilares do metrô que mesmo depois de 10 anos continuam sendo uma pedra no meu sapato! Ora, algumas coisas nunca mudam!
Os próprios carros do tráfego também variam - no litoral temos caminhões carregando barcos, em locais gelados temos limpadores de neve, na Ásia temos tuk tuks e etc - e na Ásia eles ainda dirigem do lado esquerdo da rua, uma mudança simples mas que me deixou bugado várias vezes. A gente fica habituado a ir direto para a contramão para conseguir turbo e quando alterna de repente é comum ir para o lado errado sem lembrar da diferença.
A seleção de carros também não deixa nem um pouco a desejar, com 67 modelos variando desde compactos básicos a esportivos super potentes e até mesmo carros de fórmula 1! O modo Crash também tem veículos especiais, como um ônibus, um caminhão de lixo e até um caminhão de bombeiros!
Essa variedade é muito boa e opção é o que não vai faltar na hora de escolher um carro.
O modo Crash, que estreou no jogo passado, voltou em um número muito maior (100 eventos, em comparação aos 15 de Burnout 2), além de ser mais complexo e mais divertido.
Uma novidade é que agora temos alguns ícones espalhados pelo cenário que podem nos ajudar ou atrapalhar, dando pontos a mais, multiplicando nossa pontuação ou mesmo quebrando-a no meio. Mas a maior mudança é que agora podemos controlar ligeiramente nosso carro após a batida, o que nos permite direcioná-lo para outros carros ou para os bônus. Depois de um certo número de carros atingidos também podemos criar uma explosão, causando ainda mais caos e novamente nos dando a chance de mover os destroços do nosso carro pelo cenário.
Essas coisas melhoram bastante a dinâmica dos eventos Crash e os tornam bem mais divertidos. No começo as batidas são extremamente simples, mas pouco a pouco vão ficando mais elaboradas e exigindo estratégias mais complexas.
A única parte ruim das novidades - e diabos, basicamente o único problema de todo o jogo - é que não podemos controlar a câmera enquanto movemos nosso carro, o que acaba atrapalhando muito e comprometendo nossa vitória: às vezes precisamos pegar um multiplicador e a câmera está na direção totalmente oposta, então temos que arriscar uma direção e na maior parte das vezes erramos o alvo.
O principal modo novo é o Road Rage, onde nosso objetivo é fazer takedowns. Como eu adoro essa mecânica eles naturalmente acabam sendo meus favoritos e depois de completar todo o jogo eu simplesmente fico jogando nesse modo para aumentar meu record de takedowns.
Também temos os Eliminators, onde o último colocado ao fim de cada volta é eliminado. É um modo muito comum e não tem nada de especial aqui, mas de qualquer forma é uma alternativa bem-vinda para as corridas.
Uma grande qualidade de Burnout 3 é que ele tem muito conteúdo.
O modo principal do jogo - o World Tour - é enorme, com 173 eventos que variam entre corridas simples, eliminators, grand prixs, desafios de tempo, Road Rages e eventos Crash.
Dá para ficar facilmente umas 16 ou 17 horas coletando todas as suas medalhas e depois disso ainda existem vários outros desafios que nos garantem novos carros, como takedowns específicos e metas de pontuação no modo Crash.
O jogo simplesmente tem muito a oferecer e não é enjoativo buscar os 100%. É bem difícil e dependendo de como você lidar pode até ser frustrante, pois certos desafios são muito específicos, mas são os 100%, é compreensível que seja difícil.
E claro, depois de fazer 100% (o que pode levar mais de 20 horas) ainda podemos nos esforçar em conseguir recordes de takedowns nos Road Rages ou ir para o multiplayer, que também é diversão garantida.
Na parte gráfica o jogo é ótimo, roda a 60 frames por segundo e continua bonito de se ver mesmo depois de tantos anos. Os modelos dos carros são bem feitos, os cenários são muito bonitos e cheios de detalhes e a iluminação realça ao máximo as cores deixando tudo bem vibrante.
Os efeitos de batidas estão fenomenais, com os vidros se estilhaçando, peças voando e o carro inteiro sendo retorcido pelo impacto. E mesmo durante a corrida nosso carro vai sofrendo danos e ficando cada vez mais desfigurado, o que é sensacional de ver.
E é claro que se jogarmos direito vamos ver muito mais os nossos takedowns nos inimigos do que nossas próprias batidas, então toda a beleza da destruição acaba sendo muito mais satisfatória dessa maneira!
Aliás, a decisão de tirar a câmera do carro do jogador para mostrar o takedown é algo arriscado, afinal o jogo tem que controlar nosso carro enquanto isso, mas a Criterion se saiu bem e isso nunca causa problemas. Mas também existe a opção de remover a câmera, o que deixa o gameplay ainda mais frenético e eu recomendo bastante, então ninguém sai perdendo!
Para a trilha sonora a EA abandonou as músicas originais e apostou numa seleção de licenciadas, misturando rock, punk, metal e pop, o que funcionou muito bem. Temos muitas músicas boas (minha favorita é a I Wanna be Sedated, dos Ramones) e mesmo as que não são tão boas também complementam muito bem o ritmo do jogo, então podemos jogar por horas sem que elas se tornem cansativas.
Diabos, estamos falando de Burnout, que eventualmente misturou Guns and Roses e Avril Lavigne no Paradise, os caras não têm a menor noção mas sabem como fazer uma playlist empolgante!
Outra novidade é que agora as músicas são apresentadas dentro de uma rádio, a Crash FM com o DJ Stryker. Caso você não goste é sempre possível tirar o DJ, mas diria que ele tem boas falas - até dá umas dicas de Signature Takedowns de vez em quando - e não incomoda nem um pouco.
VEREDITO
PONTOS POSITIVOS
• Gameplay veloz e cheio de adrenalina
• Mecânica de takedowns é sensacional
• Modo Crash está ainda melhor
• Ótimo design de pistas
• Ótima seleção de carros
• Conteúdo para horas e horas de jogo sem enjoar
• Modo World Tour bem variado
• Belos gráficos e efeitos a 60 frames por segundo
• Trilha sonora marcante
PONTO NEGATIVO
• Falta de controle da câmera no modo Crash
O melhor jogo de corrida de todos os tempos, simples assim.
O gameplay é perfeito, combinando uma velocidade absurda, os perigos das pistas e do tráfego e toda a agressividade que o sistema de takedowns trouxe. Essa pegada agressiva e insana é sensacional, muito bem construída e é o diferencial que coloca a série num patamar diferente dos outros jogos de corrida.
Mas, se não bastasse uma base tão viciante, o jogo tem várias outras qualidades e conteúdo suficiente para entreter o jogador por horas e horas. O modo campanha é empolgante e enorme, os objetivos secundários são bem desafiadores e mesmo depois disso tudo é possível se divertir muito nos modos avulsos e no multiplayer. Um jogo obrigatório para qualquer fã de corrida!
PONTOS POSITIVOS
• Gameplay veloz e cheio de adrenalina
• Mecânica de takedowns é sensacional
• Modo Crash está ainda melhor
• Ótimo design de pistas
• Ótima seleção de carros
• Conteúdo para horas e horas de jogo sem enjoar
• Modo World Tour bem variado
• Belos gráficos e efeitos a 60 frames por segundo
• Trilha sonora marcante
PONTO NEGATIVO
• Falta de controle da câmera no modo Crash
O melhor jogo de corrida de todos os tempos, simples assim.
O gameplay é perfeito, combinando uma velocidade absurda, os perigos das pistas e do tráfego e toda a agressividade que o sistema de takedowns trouxe. Essa pegada agressiva e insana é sensacional, muito bem construída e é o diferencial que coloca a série num patamar diferente dos outros jogos de corrida.
Mas, se não bastasse uma base tão viciante, o jogo tem várias outras qualidades e conteúdo suficiente para entreter o jogador por horas e horas. O modo campanha é empolgante e enorme, os objetivos secundários são bem desafiadores e mesmo depois disso tudo é possível se divertir muito nos modos avulsos e no multiplayer. Um jogo obrigatório para qualquer fã de corrida!
Poste mais coisas! Ficaria grato se assim o fizesse.
ResponderExcluirObrigado por comentar, Danieru! Pretendo voltar a postar sim, estou com algumas análises pela metade e logo devo publicar! Comentários como o seu são um grande incentivo! Até mais!
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