Final Fight 2


Você achou que depois do primeiro jogo os bandidos de Metro City se mudariam para uma cidade em que o prefeito não pudesse surrá-los?

Pois você estava certo, eles realmente fizeram isso.

Mas você achou que eles nunca voltariam para assombrar a vida de Mike Haggar?

Pois você estava errado! MUAHAHAHAHAHA!

Final Fight 2

Desenvolvedora: Capcom

Lançamento: 1993

Plataformas: SNES




Depois da surra a gangue Mad Gear perdeu o controle de Metro City, mas não foi totalmente destruída. Os membros sobreviventes se reagruparam e voltaram à ativa, tornando-se uma organização muito maior e mais poderosa que antes, agora espalhada por todo o mundo.

O que é difícil de acreditar, mas quem diria que uma gangue seria um exemplo tão bom de superação?

Depois dessa recuperação eles partem para a vingança e começam sequestrando a noiva e o sogro de Guy. Maki, cunhada de Guy, decide ir atrás deles e pede a ajuda de Haggar, que prontamente se junta à garota. E por fim Carlos, amigo de Haggar e exímio espadachim - o que não vale nada, pois é um jogo de luta e ele não pode ficar fatiando os inimigos -, também decide ajudá-los.


E onde estão Cody e Guy, você pergunta? Cody está tirando férias com a Jessica e Guy está em treinamento em um local que provavelmente é localizado em outra dimensão, considerando que nossos heróis atravessam meio mundo nessa missão e mesmo assim Guy não consegue comparecer.

Acredito que a ausência do Guy tenha sido uma decisão bem imbecil, principalmente pelo fato de que é a família dele que foi sequestrada. Personagens novos são legais e a adição de Maki faz sentido, mas Carlos é um personagem bem dispensável e Guy poderia muito bem estar no lugar dele.

Tudo bem que no gameplay Maki segue o estilo de Guy e Carlos o de Cody, mas que mudassem o gameplay da Maki então, mesmo isso seria algo mais apropriado.

E não ter o Cody também contraria um pouco do primeiro, onde ele disse que não descansaria enquanto o mal estivesse nas ruas. Cody exterminou o mal entre um jogo e outro ou deixou pra lá a sua promessa?

"Mas é um jogo de pancadaria Cacique, ninguém liga pra história!"

Ok, talvez você tenha um ponto. Falemos do gameplay então.


Que é muito bom, pode ter certeza!

Final Fight 2 não se arrisca e mantém um gameplay muito parecido com o primeiro. Quem esperava novidades ou uma evolução vai se decepcionar, mas por si só não há motivo para reclamar.

Os personagens continuam diferentes entre si e seguem o mesmo padrão. Haggar é grande e forte, perito em agarrões e em deixar os bandidos cheirando à bunda, Maki é leve, ágil e pode dar voadoras que nem o Guy, mas é fraca e tem um alcance menor, e Carlos é o equilibrado, bom com facas e que é uma boa opção para iniciantes.

Apesar do gameplay não mudar muito eu notei uma facilidade maior em realizar certos golpes, como terminar um combo jogando o inimigo na direção oposta. E esse é um movimento bem útil, então é bom poder abusar dele.


Uma grande mudança em relação ao primeiro é a dificuldade, que é bem mais tranquila. Temos quatro opções de dificuldade, os inimigos não lotam a tela (de certa forma é uma limitação do console, mas acaba colaborando), temos vários continues e mesmo os chefões não são extremamente apelões como no primeiro jogo, com um pouco de prática você entende a forma certa de atacá-los.

Philippe, por exemplo, é um chefão ágil mas fraco, recebendo bastante dano dos nossos golpes, então é algo bem coerente. O único que acaba sendo fácil demais é Retu, o chefão final, que não é um desafio maior que os outros.

Uma forma do jogo compensar a dificuldade é que as comidas do lixo são bem mais escassas, então cada dano sofrido pode acabar fazendo a diferença lá na frente. Mas mesmo com isso ele é muito mais fácil que o primeiro.


Final Fight 2 foi lançado exclusivamente para SNES, então existia uma grande preocupação de que os erros do port do primeiro jogo se repetissem, mas para o alívio de todos isso não aconteceu. A Capcom se redimiu e temos três personagens jogáveis, seis níveis e o tão querido multiplayer. Até mesmo Rolento, que era chefão da fase cortada do port, reaparece aqui como um dos chefes em uma batalha bem legal.

Os gráficos também são ótimos. O hardware era inferior ao dos arcades, é claro, mas a Capcom caprichou muito e o resultado é um jogo muito bonito, com sprites grandes e detalhados e cenários vibrantes e coloridos.

Os efeitos sonoros não são tão impactantes e variados como no primeiro jogo, mas por outro lado a trilha sonora ficou bem mais legal. Ainda não é uma obra de arte, mas já é bem mais empolgante e complementa muito bem a pancadaria.


Os cenários agora se espalham por toda a Europa e Ásia, afinal a Mad Gear se tornou maior que a Yakuza e a Al-Qaeda juntas e tem bases por todo lado. Começamos em Hong Kong e passamos pela França, Holanda, Inglaterra, Itália e Japão.

Isso é bom e ruim. Por um lado tira a sensação de continuidade e a "personalidade" do cenário, pois são representações mais superficiais de cada país enquanto Metro City era mais única e simplesmente teve mais espaço para se desenvolver dentro do jogo.

Mas por outro lado os cenários são muito variados, afinal é um país diferente para cada fase. Alguns locais poderiam ser recriados em Metro City mesmo (como o aeroporto da França e a estação de trem da Inglaterra), mas outros não (como os campos da Holanda e o dojo do Japão), então eles aproveitaram várias das possibilidades.

E certos locais são bem criativos, como o trem em movimento na Inglaterra e o barco de turistas em Veneza. São locais incomuns que acabam ficando bem legais e marcantes.

VEREDITO

PONTOS POSITIVOS
• Gameplay continua ótimo
• Dificuldade mais equilibrada
• Cenários variados e criativos
• Belos gráficos
• Corrigiu os erros do port do primeiro jogo

PONTOS NEGATIVOS
• Não traz nada de novo para a série
• Ausência de Guy não faz sentido
• Cenários não têm tanto carisma quanto Metro City

Final Fight 2 não é icônico como o primeiro e decepciona quem esperava por novidades, mas não deixa de ser um bom jogo e espancar meliantes continua sendo extremamente divertido.

Eu acredito que a meta da Capcom nem era superar o primeiro jogo, mas entregar aos donos de SNES uma experiência digna do nome Final Fight, já que o port do primeiro jogo decepcionou em diversos pontos. E eles conseguiram, sem dúvida nenhuma!

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