Rise from your Grave: Comix Zone

Um gamer pode sonhar, não é? Pois é para isso que vão servir os artigos "Rise from your grave" (parafraseando o clássico Zeus com língua presa de Altered Beast): falaremos de séries que foram esquecidas por suas donas há muito tempo e imaginaremos como seria se elas ressuscitassem.

Começando com Comix Zone, que nem mesmo chegou a virar uma série. Tivemos um jogo muito bom para o Mega Drive que conquistou muitos fãs ao longo dos anos, mas que não foi um sucesso de vendas na época e, sendo assim, nunca ganhou um segundo jogo da tia Sega.

Diabos, o jogo acaba com um "e viveram felizes para sempre, até que...", mas ficamos nessas reticências desde então. Poxa Sega!

Quer saber como seria o meu Comix Zone 2? Pois sigam-me os bons!



História


No final bom de Comix Zone Sketch derrota Mortus e retorna ao mundo real, trazendo consigo a general Alissa Cyan, uma das personagens de sua HQ. Depois ele consegue publicar sua história, que se torna a mais vendida de todos os tempos.

Para uma sequência acredito que ser sugado novamente para sua própria história não seria tão legal, afinal seria um repeteco do primeiro jogo. Ao invés disso eu faria com que outro desenhista de quadrinhos desaparecesse misteriosamente em uma noite chuvosa, assim como aconteceu com Sketch, e então ele se interessaria pelo caso e tentaria descobrir o que aconteceu, mergulhando nas histórias desse outro artista.

Como ele poderia fazer isso é um detalhe. Talvez com a ajuda de Alissa, que veio dos quadrinhos, ou mesmo tentando recriar o acidente, mas de uma forma ou de outra ele conseguiria e estaria dentro da história. Perderíamos as tiradas engraçadas que Sketch fazia por ser o criador dos inimigos do jogo, mas adicionaríamos um objetivo maior à trama. E poderíamos usar o humor sarcástico de Sketch em outras ocasiões, disso tenho certeza.

O tema das histórias poderia ser algo bem exagerado e variado, assim como o primeiro misturava pós-apocalipse e artes marciais. Digamos que o artista estivesse criando várias histórias ao mesmo tempo e Sketch tivesse que procurar em todas: poderíamos ter super-heróis, zumbis, organizações criminosas, guerreiros medievais, pós-apocalipse, O CÉU É O LIMITE!

Não tudo no mesmo jogo, é claro, mas uns três ou quatro temas bem diferentes encaixariam numa boa. Até porque Comix Zone 2 precisaria ser longo, algo que o primeiro não era.

E as "cutscenes" poderiam muito bem ser feitas dentro dos quadrinhos, de uma forma semelhante à série Gravity Rush. Já é algo bem estiloso lá, em Comix Zone seria ainda mais!

Gameplay


Comix Zone tinha apenas Sketch como personagem, mas eu expandiria o elenco.

Sketch seria o "equilibrado", tendo ao seu lado a Alissa como uma lutadora mais leve e ágil. Dentro da história eles conheceriam personagens que poderiam se juntar ao grupo, afinal nem todo mundo lá dentro precisa ser hostil. Aí poderíamos ter um peso pesado e mais algum outro padrão.

A primeira parte seria jogada com Sketch ou com Alissa, obrigatoriamente, e conforme os novos personagens fossem apresentados eles passariam a ser uma opção. Mas no meio do jogo existiriam outras fases exclusivas para certos personagens por causa de eventos da história.

No combate eu adicionaria o movimento vertical pelo cenário. Não fazia falta no primeiro, mas seria necessário nesse por dois motivos: para possibilitar o coop, afinal não dá para enfiar dois jogadores em um único plano, e para aumentar bastante o número possível de inimigos na tela, que era bem baixo no primeiro jogo.

A parte de puzzle poderia continuar no mesmo estilo. As vidas teriam que ser infinitas, então não há problema em morrer várias vezes tentando passar alguma coisa, é só voltar para o último checkpoint e tentar de novo.

Algo menor que eu também adicionaria é um movimento mais livre entre os quadrinhos. No original não tinha como voltar para o quadrinho anterior, por exemplo, mas agora seria possível.

Visual


2D, sem dúvida nenhuma!

Fora dos quadrinhos eu colocaria gráficos em 3D e até realistas, o que daria um contraste bacana, mas no dado momento em que os personagens entrassem no mundo dos quadrinhos tudo viraria 2D.

Jogos 2D podem ser extremamente belos e seria importante recrutar artistas reais de quadrinhos para a equipe, assim como foi com o primeiro. Com todo o poder dos consoles atuais poderíamos ter um jogo que imita os quadrinhos tão bem quanto Cuphead imita os desenhos animados antigos, o que seria sensacional.

O visual dos personagens também precisaria de certas mudanças, porque o original praticamente nos espancava com uma fita cassete de tão anos 90 que era. E a sequência se passaria anos depois do fim do primeiro, então seria apropriado.

Alissa se tornou militar no mundo real, então ela poderia ter uma roupa que refletisse isso, ao estilo Sonya Blade (essa Sonya Blade, não essa Sonya Blade), e nada de óculos ou brincões. Sketch agora é rico, mas não é do tipo que se importa com roupas e continua se vestindo de qualquer forma, então ele poderia continuar usando uma jaqueta velha que nem no jogo original, eu só trocaria a bermuda por uma calça. Já os óculos e o rabo de cavalo saem completamente, talvez deixando lugar para uma barba desleixada.

Adicionais


Um momento que considero sensacional no primeiro é quando o quadrinho começa a pegar fogo e você precisa fugir rápido para não morrer. É um momento que vem de repente e nos pega totalmente desprevenidos, criando uma adrenalina sem nem precisar de inimigos. Coisas do tipo poderiam acontecer mais vezes no segundo jogo.

Um exemplo: Sketch está no avião de terroristas e durante a luta uma explosão ocorre, abrindo um buraco na fuselagem. Os bandidos e a carga começam a ser sugados para fora e Sketch precisa então chegar ao limite do quadrinho enquanto é puxado para o outro lado e tem diversas caixas e objetos vindo em sua direção.

Mudando de quadrinho ele está em queda livre com os bandidos e precisa se mover no ar para agarrar e bater em cada um, mas antes de bater em todos alguns somem para a parte de baixo da tela. Ao mudar de quadrinho Sketch chega no chão e logo depois esses mesmos inimigos surgem novamente, caindo de para-quedas.

E então enquanto batemos neles vemos o avião caindo no fundo da cena e causando uma explosão gigantesca!

Não sei vocês, mas imaginando isso me parece algo bem legal!

Conclusão

Comix Zone 2 chegou a ser planejado para o Saturn e apresentado para a Sega, mas não foi aprovado e naquele caso estavam certos, pois a ideia era transformar o jogo em 3D, o que simplesmente não daria certo. Mas isso aconteceu numa época em que o 3D era a febre e ninguém queria apostar em outra coisa, mas hoje os jogos 2D estão numa boa situação e um jogo novo poderia ser bem recebido.

Talvez vocês já tenham ouvido falar do Joe Returns, um jogo que está sendo desenvolvido por um estúdio brasileiro independente e quer seguir o legado de Comix Zone. Diria que é bem promissor e torço para que se torne um grande jogo, seria bom jogar algo assim novamente.

E você, gostaria de ver um Comix Zone 2? Comente o que você esperaria dele e também outras séries que gostaria de ver ressuscitadas!

Até a próxima!

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