Taz in Escape from Mars


Depois de revirar a Tasmânia em busca de ovos gigantes, Taz volta ao Mega Drive com uma aventura muito maior. Ao invés de ficar limitado a uma ilha ele vai explorar planetas distantes com habitantes hostis, como Marte, o Planeta X e o México.

Espera, o quê?

Pois bem, esse é Taz in Escape From Mars! Vejamos se é melhor que seu antecessor!

Taz in Escape from Mars

Desenvolvedora: Head Games

Lançamento: 1994

Plataformas: Mega Drive



A história começa com Marvin, o marciano, que está colecionando criaturas raras em seu zoológico particular e decide trazer algo da Terra. Segundo seu livro, diabos da Tasmânia são animais raros (e realmente são, estão em risco de extinção :/ ), então ele vem para o nosso planeta, abduz o nosso protagonista e o coloca em exposição numa jaula.

Mas é claro que Taz não gosta da situação, então o que vem a seguir é um monte de giros, destruição e comilança através de Marte e de outros planetas.

Sim, o jogo se chama "Escape de Marte" mas nós já conseguimos escapar nas primeiras fases e depois voltamos para nos vingar. Talvez "tour pelo espaço e pelo México" seria um nome mais representativo.

E o jogo não se baseia diretamente na série Taz-Mania ou em qualquer desenho, ao invés disso cria sua própria história e eu diria que faz isso muito bem, tenho a impressão que a premissa do jogo encaixaria perfeitamente num episódio clássico.


O gameplay se parece com o jogo anterior, mas tem algumas diferenças e novidades. Os movimentos básicos são os mesmos - Taz pode pular, girar e devorar coisas - mas o sistema de pulo, que era péssimo no primeiro jogo, foi melhorado. Ainda não é ótimo, mas funciona decentemente.

No giro é onde tivemos mais novidades. Agora podemos destruir paredes mais fracas, ricochetear entre paredes para subir espaços estreitos, escavar certos tipos de chão e até girar pelas paredes e pelo teto se mantermos a velocidade.

Essas novidades possibilitam um level design mais complexo e deixam o gameplay bem mais variado e atrativo. Não é só sair pulando pelas plataformas, existem várias formas de se avançar pelo cenário.

A única mudança que considero negativa é que Taz é jogado para trás sempre que atinge algo, o que causa muitas quedas. Geralmente o jogo não tem precipícios fatais, mas podemos cair em algum perigo ou no melhor caso ter que refazer um pedaço do caminho, o que também é chato.


A parte de devorar coisas tem menos novidades, mas também ficou mais legal. Taz agora pode devorar caixas de pedras e usá-las para atirar nos inimigos, o que é um ataque bem útil, e também existem poções (ou só um raio que você precisa atravessar) que aumentam ou diminuem o tamanho do nosso protagonista.

Ficar gigante reduz a mobilidade, mas transforma Taz numa força incontrolável que mata os inimigos só encostando, enquanto ficar pequeno o impede de matar inimigos, mas ao mesmo tempo permite que ele entre em espaços pequenos.

Ah, ele também devora as placas de fim de fase! Devo dizer que achei essa parte bem hilária!


Em certos momentos também chegamos a mudar a gravidade do cenário, criar um clone de Taz ou mesmo voar por aí usando um cogumelo como helicóptero. São coisas que aparecem pouco, mas também contribuem para a variedade do gameplay.


Mas quem jogou Taz-Mania sabe que os maiores problemas do jogo estavam no level design, então é importante saber se eles foram consertados.

E felizmente foram, a nova equipe se saiu muito melhor nesse quesito! As fases aproveitam bem as novidades do gameplay, então são mais complexas, com vários caminhos para o final e alguns segredos escondidos. Dá para se perder em algumas delas, mas não chega a ser um problema porque Taz é ágil e geralmente encontramos coisas boas ao explorar o mapa.

Certas fases ainda fogem um pouco da fórmula padrão. Numa delas fugimos de uma máquina gigante que avança pelo cenário, em outra temos que pular entre carruagens e animais e em outra o caminho está bloqueado por uma máquina de lasers e precisamos dar um jeito de desligá-la.

O jogo toma alguma inspiração em Sonic, o que chega a níveis bem óbvios numa parte do Planeta X que é basicamente aquele tobogã infinito da Labyrinth Zone. Eu certamente não acho legal ter semelhanças tão grandes e evitaria isso se fosse da equipe, mas no geral essa inspiração faz bem ao jogo e eles chegam num level design que é divertido.


O jogo tem seis "mundos": o zoológico de Marte, um planeta de cavernas e criaturas subterrâneas chamado Moleworld, o Planeta X, o México, um castelo assombrado e a casa do Marvin. Cada um deles tem duas ou três fases e um chefão.

Como você deve imaginar, ter duas fases na Terra foge bastante do tema do jogo e parece que elas só existem porque a equipe não conseguiu pensar em mais planetas.

O que é estranho, pois o Moleworld e a casa do Marvin foram criados do zero para o jogo e são bem criativos. Mesmo o Planeta X é bem diferente do que vimos no Duck Dodgers e também é interessante, então acredito que eles poderiam criar mais coisas ao invés de colocar essas duas fases que fogem do contexto.

E devo dizer que não gosto nem um pouco do castelo assombrado, pois ele tem algumas falhas de level design que não aparecem no resto do jogo. Exige pulos precisos demais, sendo que o sistema de pulo não é tão bom assim, e também tem vários dos infames "saltos de fé".

Pelo menos o jogo se recupera e muito na casa do Marvin, com duas fases bem divertidas e cheias de momentos marcantes. Elas também são difíceis, mas do jeito certo, então o desafio é recompensador.


As lutas com os chefões também são boas, pois as estratégias são diferentes entre eles e o jogo exige que usemos os movimentos do Taz de forma inteligente para escapar dos ataques e conseguir revidar.

Metade dos chefes são personagens clássicos - Marvin, Gossamer e Toro the bull -, mas os personagens inventados encaixam bem no contexto do jogo e são interessantes. Falta o carisma Looney Tunes, é claro, mas ainda assim as lutas são boas.


Graficamente o jogo é ainda melhor que o primeiro e brilha principalmente nos cenários. As cores são fortes e cada mundo tem uma identidade visual bem marcante. Marte é bem parecido com os desenhos, o Planeta X é psicodélico e bizarro e a casa do Marvin tem um tom dourado e futurista que realmente passa a sensação de uma fortaleza alienígena.

A única parte que foge desse padrão super colorido é a do castelo assombrado, o que o deixa ainda mais estranho em comparação ao resto.

Até Taz também recebeu uma melhora no visual, ficando mais fiel aos desenhos e exibindo um sombreamento bem mais bonito.

As músicas e os efeitos sonoros não se destacam, mas cumprem bem seus papéis e isso já é um avanço gigantesco em relação ao antecessor. No geral as músicas são divertidas de se ouvir e combinam bem com o tema espacial - diria que algumas até parecem vir de um shooter obscuro -, e os efeitos sonoros são bem típicos de um jogo cartunesco.

VEREDITO

PONTOS POSITIVOS
• Taz está cheio de truques novos

• Level design mais complexo e interessante
• Chefões divertidos
• Belos gráficos

PONTOS NEGATIVOS
• México e o castelo assombrado não se encaixam no tema do jogo
• Falhas no level design do castelo

• O ricochete do giro causa várias quedas

Por si só isso não significa muito, mas Taz in Escape from Mars é muito melhor que Taz-Mania. Ele conserta os maiores problemas do primeiro jogo, melhora os gráficos e inclui várias ideias novas que são interessantes.

Ele perde um pouco o foco ao levar a aventura para a Terra e erra feio no level design do castelo assombrado, mas no geral é uma aventura divertida. Não é um clássico, mas deve agradar aos fãs de Looney Tunes.

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