Spider-Man 2: Enter Electro



Recentemente eu decidi pegar os quadrinhos dos heróis que eu mais gosto e ler desde o começo, começando pelo Homem-Aranha, afinal ele é um dos heróis mais legais de todos. Depois de algumas dezenas de edições lidas e algumas boas surpresas - alguns vilões que eu não gostava, como o Scorpion, têm uma estreia bem legal - eu naturalmente fiquei com vontade de jogar algo do cabeça de teia.

E como já analisamos o primeiro jogo que saiu para o PS1, é hora de ver a sua segunda aventura, o Enter Electro!

Sim, eu poderia comprar o Spider-Man do PS4, mas já comprei Red Dead Redemption 2 há pouco tempo e não vou gastar mais 160 mangos em outro jogo.

E sim, eu parei minha jogatina de RDR2 para zerar Spider-Man do PS1. O blog precisa de análises, ora bolas!

Spider-Man 2: Enter Electro

Desenvolvedora: Vicarious Visions

Lançamento: 2001

Plataformas: PlayStation



Enter Electro se passa pouco depois do primeiro jogo. A cidade está em paz, Octopus e outros vilões apodrecem na prisão e Peter Parker está satisfeito com o belo trabalho que fez. Mas isso logo é esquecido, pois um vilão misterioso - ou não tão misterioso, já que o nome dele está na capa do jogo - espreita a cidade em busca de um artefato que lhe dará PODER ILIMITADO!

As ações de Electro acabam chamando a atenção do cabeça de teia, que começa a seguir as pistas até o vilão, naturalmente encontrando uma porção de outros caras maus pelo caminho. Como inimigos temos Shocker, Homem-Areia, Hammerhead, Lagarto e, é claro, o próprio Electro.

Não é tão legal quanto a do primeiro jogo, que tinha Octopus, Venom e etc, mas ainda assim é uma boa seleção e nem mesmo reutiliza personagens do primeiro jogo, o que já é ótimo. E eles ainda nem usaram tudo o que podiam pois pretendiam fazer um terceiro jogo, o que explica a ausência de nomes como Duende Verde, Kraven e KingPin de ambos os jogos.

Uma bela lição aos jogos do Batman que não abandonam o Coringa, se você me perguntar!


Mas, exceto pela história, o jogo é uma sequência bem básica que não apresenta nada de novo. Dá para entender, pois era um novo estúdio e eles provavelmente não quiseram se arriscar mudando uma fórmula que já havia dado certo, mas ainda assim é bem decepcionante para quem esperava algo a mais.

O gameplay segue igual, com um combate simples - até arcaico para os dias de hoje - mas com uma movimentação legal do personagem pelos cenários, principalmente os abertos. Mas uma coisa que ficou muito ruim foi a câmera. Ela incomodava às vezes no primeiro jogo, mas aqui é revoltante, pois não temos como controlá-la e ela é muito lenta para se adaptar aos nossos movimentos, deixando as lutas bem mais complicadas do que deveriam ser, principalmente em espaços fechados.

A luta com o Hammerhead, por exemplo, é frustrante no começo, pois a câmera nos deixa muito vulneráveis aos ataques do chefe. Quando descobrimos a estratégia ela fica fácil, mas até lá é muito ruim.


Mas além dessa falha técnica que atrapalha bastante, diria que a parte criativa também deixa a desejar, pois os únicos momentos marcantes do jogo são com os chefões. Quando penso no primeiro lembro de alguns momentos legais que não envolviam nenhum vilão - como a fuga dos helicópteros e o resgate aos reféns do banco -, mas nessa sequência as fases são bem menos inspiradas e não existem momentos tão icônicos.

E, analisando friamente, algumas lutas com os chefes nem são realmente boas. A maioria delas envolve enfraquecer o vilão de alguma forma (seja molhando o Homem-Areia, jogando antídoto no Lagarto ou causando curto-circuito no Electro), bater nele enquanto ele está vulnerável e repetir o processo até vencer.

E você repete muitas e muitas vezes sem nenhuma mudança no ritmo da luta, então se torna bem cansativo.

Eu gosto bastante dos vilões do Aranha, então fica mais fácil me agradar, mas diria que as únicas lutas boas são a do Shocker, a primeira do Homem-Areia (que você só precisa evitá-lo, então não é bem uma luta) e a primeira do Electro. Essas são mais dinâmicas e você realmente precisa encontrar o momento para atacar, então são mais interessantes.


A parte gráfica também não tem nenhuma diferença. Agora não temos mais a presença da Black Cat com a cara do Michael Jackson para você dizer MEU DEUS QUE GRÁFICO ABOMINÁVEL, mas no geral é tudo igual.

Na parte sonora temos uma excelente dublagem, principalmente para o Homem-Aranha e para o Electro, e as músicas são divertidas. Assim como no primeiro elas não são do tipo que você ouviria fora do jogo, mas servem bem para dar o tom heróico e divertido do Homem-Aranha.

Um apelo final que o jogo oferece são os colecionáveis, liberando vários uniformes da saga do Aranha e concedendo várias vantagens ao jogador. Conteúdo assim é sempre bom, mas com os problemas do resto do jogo acaba não sendo o suficiente para nos fazer repetir a história.

A história, aliás, é consideravelmente curta. Ela acaba se arrastando para uma duração aceitável por causa de problemas - como as dificuldades com a câmera e checkpoints escassos -, mas o número de fases em si é bem pequeno.

VEREDITO

PONTOS POSITIVOS
• Muitos vilões legais e inéditos
• Ótima dublagem

• Vários uniformes para desbloquear

PONTOS NEGATIVOS
• Câmera ruim que atrapalha muito o combate
• Lutas com os chefões geralmente são repetitivas
• Não tem o mesmo charme do primeiro jogo em vários aspectos

• Não traz nada de novo - nem melhorias - para a série
• Checkpoints falhos em muitas partes do jogo

Eu gosto muito do primeiro Spider-Man do PS1 e fui para esse com altas expectativas, mas não dá para negar que a magia se perdeu entre um jogo e outro, o que é uma pena. O primeiro erro deles foi não mudar a fórmula, pois uma sequência deveria trazer coisas novas, não apenas ser um "pacote de fases".

E além de não inovar em absolutamente nada o jogo não alcança a mesma qualidade do primeiro. Tem ótimos vilões, mas tem um level design sem graça, ações repetitivas e também defeitos técnicos que estão mais graves que antes, como a câmera.

Quem gosta muito do Homem-Aranha pode encontrar momentos divertidos, mas eles não compensam todos os defeitos do jogo.

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