Streets of Rage
O gênero beat'em up foi um dos primeiros que joguei na minha vida. Algumas das minhas lembranças mais distantes são de jogar o Mega Drive da minha irmã, com títulos como Streets of Rage e Golden Axe, além de outros como Sonic, Quackshot, Aladdin, Road Rash e Super Hang-On.
Coincidentemente, jogos de plataforma, corrida e beat'em up estão entre meus gêneros favoritos até o dia de hoje. Os beat'em ups praticamente sumiram nas gerações seguintes, enquanto os de corrida e de plataforma sobreviveram melhor, mas ainda assim continuo adorando uma boa e velha pancadaria em 2D.
E, sendo Streets of Rage um dos primeiros jogos que experimentei, é natural que eu tenha um ponto fraco nostálgico por ele. Então falemos dele na análise de hoje!
Streets of Rage
Desenvolvedora: Sega
Lançamento: 1991
Plataformas: Mega Drive
Desenvolvedora: Sega
Lançamento: 1991
Plataformas: Mega Drive
A cidade da nossa história - que não tem nome mesmo, é só "a cidade" - era um local pacífico e ótimo de se viver, mas num certo dia um sindicato DO MAL surgiu, dominou a cidade e passou a realizar todos seus intentos nefastos pelas ruas.
Mesmo o governo e as forças policiais foram subornadas pelo sindicato para não se intrometerem, mas ainda existem policiais honestos que desejam derrubar o império do crime: Axel Stone, Adam Hunter e Blaze Fielding. Eles não podem fazer nada oficialmente, já que seus superiores são corruptos, mas decidem dar um jeito pessoalmente, andando pela cidade, espancando meliantes e transformando essas ruas do crime nas RUAS DA RAIVA!
Não é um nome que faz muito sentido, mas ora bolas, precisamos de um nome impactante para o jogo!
A partir disso temos a clássica pancadaria, com um dos nossos heróis (ou dois, se você tiver um amigo para acompanhá-lo) limpando cada ponto da cidade até chegar no Sr. X, o chefão do sindicato.
Cada um tem suas características: Axel é forte e ágil, mas não é bom nos pulos, Adam também é forte e pula bem, mas é mais lento, enquanto Blaze é boa tanto nos pulos como na agilidade, mas é a mais fraca do trio.
Adam geralmente é minha opção, pois pulos são extremamente úteis e a lerdeza é algo que a gente consegue levar numa boa, por mais que aproveitar a velocidade da Blaze também seja muito bom. E o Axel fica por último, gostava dele quando criança mas hoje não consigo ignorar o fato de que ele é quase uma cópia do Cody de Final Fight.
Digo, eu entendo que Streets of Rage é a resposta da Sega para Final Fight e é normal ter semelhanças, mas custava mudar A COR DE ALGUMA COISA do visual do cara? Adam e Blaze são suficientemente originais, isso não faz sentido!
O gameplay do jogo é muito divertido, os golpes e combos fluem muito bem e temos variadas formas de ir pra cima de um inimigo, seja com combos comuns, voadoras, agarrões e etc.
Essas duas últimas são formas excelentes de lidar com os inimigos. Poucos inimigos podem se defender de uma voadora, então elas são a maneira mais segura de atacar, já os agarrões são mais arriscados, mas causam bastante dano e são simplesmente muito divertidos, socar o inimigo repetidamente e jogá-lo para longe depois é muito satisfatório!
E vez ou outra podemos aproveitar o cenário para jogar o inimigo numa queda livre fatal, a fase do elevador era ótima para isso!
O único ponto negativo do moveset é que quase não existem golpes únicos para os personagens. Além das diferenças técnicas de força, pulo e velocidade a experiência entre os três é bem parecida.
Também temos canos, bastões, facas e garrafas que podem ser usadas. Em Streets of Rage eu acho bem mais divertido usar os próprios punhos com os combos, mas não há como negar que elas são muito úteis.
A maioria dos beat'em ups da década de 90 seguiu a fórmula Capcom na questão do golpe especial "death blow", que desfere um golpe bem mais forte que o comum mas tira um pouco da vida do personagem. Streets of Rage, entretanto, segue o padrão Golden Axe com um especial que varre nossos inimigos da tela sem nos causar dano, mas que é um recurso bem escasso na jogatina.
Pessoalmente prefiro esse tipo de especial. Eu geralmente não estou disposto a sacrificar parte da barra de vida para um golpe, então fico sempre guardando, já em SoR eu guardo o golpe durante a fase e uso sem remorso no chefão, pois sei que a próxima fase vai repor esse poder. E se eu economizá-lo ele não acumula, então é bobeira deixar de usá-lo nos chefões.
Só dá uma frustração gigantesca quando usamos sem querer no meio da fase! Mas nem podemos culpar o jogo, nós somos os únicos culpados por tamanha burrada!
E o especial em si é bem icônico: uma viatura surge - pelo jeito existem policiais que não estão a fim de entrar na pancadaria, mas ajudam como podem - e lança um foguete no local da batalha. Você pode estar na rua, na praia, num barco, numa ponte interditada cheia de buracos ou mesmo num elevador, é só assobiar que o tira da bazuca vai aparecer para te dar uma mão! E ele está com o Friendly Fire desligado, então você pode estar no centro da explosão que nem vai senti-la!
Esse ataque só não pode ser usado na última fase, pois ela se passa dentro de um prédio e aí já seria forçar a barra na nossa quebra da realidade. Ou porque é a última fase e o jogo quer que você se vire para dar um jeito de vencer!
Aliás, Streets of Rage tem um final bom e um final mau!
E não é mau no sentido de "você chegou ao fim, mas não jogou tão bem assim então fique com esse final triste", é realmente DO MAL! Ao chegar no Sr. X ele propõe que você se junte à organização e, se você estiver no coop, você pode aceitar, surrar seu amigo, surrar o chefão e então tomar o lugar dele como líder da vilania na cidade!
Diabos, que se importa com os trocentos finais de Heavy Rain quando podemos sentar no trono do crime em Streets of Rage?
Jogar em co-op era simplesmente incrível, e não só pela diversão comum de jogar em dupla ou por poder sacanear o amigo no final do dia: o jogo também dava a possibilidade de executar golpes em dupla muito bacanas, duplicava os itens de saúde para evitar brigas e também duplicava os chefões para equilibrar o desafio!
E vale lembrar que a versão de SNES de Final Fight não tinha multiplayer, os donos do console só receberam isso no segundo jogo, que saiu dois anos depois de Streets of Rage. Nesse período era o clássico "Sega does what Nintendon't"!
Graficamente o jogo tem alguns problemas, como na animação dos personagens, que não flui muito bem e parece ter frames faltando. Os sprites também são um tanto pequenos, por mais que isso não influencie a jogabilidade.
Mas, por outro lado, eu adoro os cenários! A fase da praia, por exemplo, é icônica simplesmente pelo visual com as ondas batendo, a cidade iluminada ao fundo e a chuva molhando a areia de vez em quando. Parece algo bem simples, mas tem um charme muito grande!
E não é só ela, a primeira fase tem lojas cheias de luzes de neon, a fase da ponte tem um belo fundo com a cidade refletida no mar, o barco fica balançando com um efeito bem legal e etc.
Mas, apesar de lindas, as fases têm layouts bem simples. O fundo que você vê ao começar é basicamente o que se repete pelo resto, numa linha reta com variações bem pequenas. Se compararmos com outros beat'em ups da mesma época vemos que eles variavam bastante, mudando de ambiente constantemente, enquanto Streets of Rage é bem mais básico.
Já na parte sonora o jogo arrebenta com uma trilha sonora magnífica! Ela foi composta por Yuzo Koshiro e diria facilmente que é uma das melhores trilhas sonoras da história dos games, é fascinante!
Digo, eu nem mesmo gosto do estilo de música usada no jogo - que seria Techno/Dance -, mas adoro essa trilha sonora!
Ela é o melhor aspecto do jogo e continua tão boa hoje quanto era lá em 1991. Era o tipo de música que valia a pena deixar no Sound Test para aproveitar, mesmo quando não estávamos jogando, e hoje em dia eu sempre gosto de ouvir algumas faixas no YouTube enquanto trabalho.
VEREDITO
PONTOS POSITIVOS
• Gameplay divertido com variadas formas de atacar
• Cenários lindos em todo o jogo
• Uma das melhores trilhas sonoras dos games
• Ataque especial é icônico e muito bom
• Modo co-op excelente
PONTOS NEGATIVOS
• Personagens têm sprites pequenos e poucos frames de animação
• Movesets dos três personagens são parecidos
• Level design bem simples
Streets of Rage foi criado pela Sega como resposta a Final Fight e, apesar de não superá-lo, é um ótimo jogo de pancadaria que oferece muitas coisas que a versão SNES do jogo da Capcom (que era a que realmente importava para a competição) não tinha, como o multiplayer, três personagens jogáveis e oito níveis.
Hoje em dia ele acaba ficando na sombra da sequência, que é muito superior, mas ainda assim continua sendo uma divertidíssima opção para quando queremos espancar uns meliantes em 16-bits.
PONTOS POSITIVOS
• Gameplay divertido com variadas formas de atacar
• Cenários lindos em todo o jogo
• Uma das melhores trilhas sonoras dos games
• Ataque especial é icônico e muito bom
• Modo co-op excelente
PONTOS NEGATIVOS
• Personagens têm sprites pequenos e poucos frames de animação
• Movesets dos três personagens são parecidos
• Level design bem simples
Streets of Rage foi criado pela Sega como resposta a Final Fight e, apesar de não superá-lo, é um ótimo jogo de pancadaria que oferece muitas coisas que a versão SNES do jogo da Capcom (que era a que realmente importava para a competição) não tinha, como o multiplayer, três personagens jogáveis e oito níveis.
Hoje em dia ele acaba ficando na sombra da sequência, que é muito superior, mas ainda assim continua sendo uma divertidíssima opção para quando queremos espancar uns meliantes em 16-bits.
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