MotorStorm Pacific Rift


Talvez já tenham notado pela minha lista de análises que arcade é de longe meu tipo favorito de corrida.

Claro que eu gosto de simuladores como Gran Turismo, mas a liberdade que o arcade dá aos estúdios e os resultados que temos por causa disso são motivos mais que suficientes para que eles me conquistem.

No PS1 e PS2 eu já gostava de alguns jogos off-road, mas a verdade é que a maioria deles eram sérios demais e MotorStorm foi o primeiro a realmente me convencer que um off-road poderia ser tão insano e cheio de vida quanto um Burnout ou um Need for Speed. Então pouco depois de comprar o primeiro jogo (pouco mesmo, pois o primeiro jogo não oferece muito a se fazer depois de zerar) eu precisei comprar sua sequência, Pacific Rift! Vejamos se ele continua divertido depois de mais de uma década!

MotorStorm Pacific Rift

Desenvolvedora: Evolution Studios

Lançamento: 2008

Plataformas: PlayStation 3



O festival se despede do Arizona e encontra um novo local para suas corridas numa ilha inabitada do Oceano Pacífico, com o deserto dando lugar à praias, rios, florestas, montanhas e até vulcões.

Essa mudança e variedade de cenários é a principal novidade do jogo. Muitos reclamaram pelo primeiro ter apenas oito pistas e todas com uma estética parecida, então Pacific Rift traz 16 pistas divididas em quatro zonas: água, ar, terra e fogo. Pistas de elementos diferentes - ou às vezes até do mesmo elemento - possuem enormes diferenças entre si e, assim como no primeiro jogo, todas são muito bem desenhadas e muito divertidas.

Eu diria que, na maioria, elas são ainda mais legais que as pistas do primeiro jogo, o que é uma baita façanha considerando a qualidade que ele já trazia e que agora temos o dobro do número original!

Eu poderia passar muito tempo falando das minhas favoritas (como provavelmente vou fazer num outro post), mas por hoje basta dizer que elas são excelentes. Os cenários são deslumbrantes, as estruturas montadas pela organizadora são ainda mais insanas e o perigo oferecido pelas pistas está ainda maior, contando com precipícios enormes, florestas fechadas e até rios de lava do vulcão.


E o cenário se torna ainda mais integrado ao jogo através do seu efeito no turbo. Assim como no primeiro jogo, o turbo é limitado apenas à temperatura do nosso motor (nosso carro explode se usarmos exageradamente), mas agora ele também é afetado pelos fatores externos, se resfriando ao passar pela água ou aquecendo mais rapidamente ao passar perto da lava.

Essa novidade é muito legal e adiciona outra camada na utilização do turbo, deixando tudo mais interessante. E isso não é tudo, pois naturalmente algumas classes têm mais facilidade em passar pela água do que outras: ao usar uma moto temos que nos manter no raso, senão ficaremos lentos demais, mas com caminhões é possível aproveitar toda a refrescância sem nenhum problema.

Aliás, algo que acho sensacional é que as pistas do fogo costumam ter cabines que são como um lava jato e molham todos os carros que passam por elas. A Sugar Rush, uma pista da terra que se passa num canavial, até tem canos de irrigação que também fazem isso!

É quase uma versão mais realista daquelas setas de turbo de jogos de kart! E sinceramente acho isso genial!

Algumas pistas, como a Riptide, são bem simples na questão de caminhos alternativos, mas a maioria delas tem várias rotas e algumas até surpreendem pelas possibilidades, como a Sugar Rush e a Caldera Ridge. É muito divertido explorar as rotas com classes diferentes, encontrar as melhores para cada uma e se aperfeiçoar nelas.


O controle dos veículos está até melhor que no primeiro jogo e todas as classes continuam muito agradáveis. Seja numa moto pulando por aí ou com um dos pesos pesados passando por cima de tudo, o gameplay é extremamente divertido e alucinante.

E temos uma classe nova, os Monster Trucks, que são ótimos!

Eles vêm acima dos Big Rigs e têm uma aceleração bem melhor, mas também são mais instáveis e propensos à capotagens. Passar por cima de ATVs e buggies é uma tentação enorme, mas é bem provável que essa maldade nos faça perder o equilíbrio. Por outro lado, suas rodas gigantes são ainda melhores quando o assunto é correr pela água, eles praticamente flutuam!

Segundo as estatísticas do jogo os Monster Trucks são a classe que eu mais uso, então poderia dizer que são meus favoritos. Talvez isso tem a ver com o Voodoo Thunder Lizard e o Atlas Earthquake, que pra mim estão entre os veículos mais legais da série, ou simplesmente porque eu adoro jogar com Monster Trucks desde os tempos de GTA San Andreas.

Ter uma classe nova realmente distinta das outras sete já é algo bem legal, mas no geral também tivemos um grande aumento no número de carros, chegando ao total de 99 modelos.

Alguns favoritos do primeiro jogo não estão tão legais aqui (Por que tiraram a pintura de polícia do Surger? POR QUÊ, EVOLUTION???), mas temos muitos carros novos sensacionais, então o resultado final é uma seleção que agrada muito.


Além do modo festival temos o modo livre, onde podemos customizar as corridas no número de voltas, hora do dia, número de competidores e até mesmo seus carros. Isso resolve um enorme problema do primeiro jogo, que era limitar nosso gameplay entre o festival e o online (se tornando só o festival quando os servidores foram desligados), e é a melhor forma de jogar depois de completar o jogo.

E ora bolas, não temos um simples "modo de dois", temos um multiplayer para até quatro jogadores! Isso é sensacional!

Outro grande problema que foi resolvido foram os tempos de loading. A seleção de carro é feita através de imagens em 2D ao invés dos modelos renderizados, então todo o tempo de espera para ver cada opção é deixado para trás. Claro que seria mais legal ver em 3D com todos os ângulos, mas uma imagem estática já é mil vezes melhor que as esperas bizarras do primeiro jogo.


Já uma coisa que incomoda é que a inteligência artificial tende a ser infernal nos níveis mais altos, deixando algumas das corridas finais do festival bem frustrantes. O rubber band é exagerado e trapaceiro e certos oponentes parecem esquecer totalmente o objetivo da corrida e passam a simplesmente partir pra cima do nosso veículo, mesmo que isso também acabe com o carro dele.

Ora bolas, coisas assim acontecendo no online são normais, pois pessoas às vezes são inconvenientes, mas pensar que a Evolution programou as coisas desse jeito é bem mais difícil de aceitar!

Mas depois de completar o festival, por mais frustrante que algumas corrida sejam, jogar o modo livre é diversão garantida. Às vezes eu só ligo, escolho uma pista aleatória que eu gosto e corro sem preocupações.

Aliás, um modo extra que me diverte bastante é o Photo Mode. Alguns anos depois essa função se tornou comum em jogos, mas na época não era tanto e eu adorava tirar fotos das corridas, até hoje eu costumo ativar esse modo sempre que vejo uma situação que parece interessante.


Eu gosto do visual de Motorstorm Pacific Rift, mas ao mesmo tempo ele deixa a desejar em alguns pontos.

Primeiro que ele não mostra um avanço em relação ao original - ele pode ser mais variado e ter cenários mais atrativos, mas tecnicamente não há nenhuma grande evolução -, e ele nem sempre é consistente, enquanto certas partes são belas outras são meio mal acabadas, principalmente quando se trata da vegetação.

Colocando no Photo Mode é muito comum ver esse tipo de defeito, mas vez ou outra também se nota durante o jogo, então eles poderiam ter tido um cuidado maior nessa parte.

Na trilha sonora também acho que não se superaram, mas seria uma opinião mais pessoal, pois abandonaram um pouco o rock meio country usado no primeiro jogo para algo mais eletrônico. Existe uma ou outra música que considero EXTREMAMENTE IRRITANTES, mas também temos músicas que embalam bem as corridas e é possível desativar faixas específicas que não gostamos.

Também é possível criar sua própria trilha sonora através da função de música na XMB do PS3. Nunca tive paciência para fazer isso, mas existe a opção, então é legal!

VEREDITO

PONTOS POSITIVOS
• Pistas são ainda mais legais e temos o dobro do jogo anterior

• Ótima variedade de cenários
• O controle dos veículos de todas as classes é ótimo
• Caos das corridas continua divertidíssimo
• Efeitos do ambiente no turbo são legais
• Adição dos Monster Trucks e aumento no número total de veículos
• Modo livre cheio de opções e multiplayer para até quatro jogadores


PONTOS NEGATIVOS
• Inteligência artificial injusta nas corridas mais difíceis
• Algumas partes feias no cenário (principalmente na vegetação)


Considero Pacific Rift um exemplo de ótima sequência. Pode não ser revolucionário para a série, mas é literalmente muito maior e melhor, adicionando muito conteúdo e potencializando os pontos fortes do primeiro jogo.

Se você realmente não gostou do gameplay do primeiro jogo não vai encontrar muitos motivos para mudar de opinião, mas se suas reclamações eram sobre tempos de loading, falta de modos de jogo e pouca variedade de cenários pode ter certeza que Pacific Rift vai te divertir imensamente! É sem dúvida o ápice da série, meu jogo de corrida favorito do PS3 e está até entre os meus favoritos de todos os tempos. 

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