MotorStorm: Arctic Edge


Depois de um festival no deserto e outro numa ilha tropical, um motorstormer parou e pensou "estou cheio de correr nesse calor, queria ir para um lugar menos quente!" e seu desejo foi atendido, pois a terceira edição do campeonato MotorStorm escolheu um dos locais menos quentes do planeta, o Alasca!

Talvez eles exageraram um pouco, mas não vem ao caso!

Arctic Edge provavelmente é o menos conhecido da série, afinal foi lançado para PSP e PS2 enquanto os fãs da série estavam no PS3, mas isso não significa que é ruim, certo? Pois é o que veremos!

MotorStorm: Arctic Edge

Desenvolvedora: Bigbig Studios

Lançamento: 2009

Plataformas: PSP e PlayStation 2




Com uma equipe diferente no comando e sendo lançado para hardwares inferiores, a primeira preocupação que surge é se Arctic Edge mantém o espírito da série, mas felizmente a Bigbig se saiu muito bem e conseguiu replicar a diversão da experiência MotorStorm, injetando ainda novidades suficientes para que ele não seja um jogo sem alma que não faz nada de novo.

Vamos começar falando das pistas, afinal elas são a essência da série. Temos 12 ao todo - um número bem entre as 8 do original e as 16 do Pacific Rift -, divididas em três categorias: baixa, média e alta altitude.

O estúdio foi um bom discípulo da Evolution e as pistas são bem divertidas, dominá-las conforme o festival avança é muito bom. Todas as características que gostamos nos jogos anteriores permanecem, temos diversas rotas, vários tipos de superfícies, estruturas bizarras montadas pela organizadora, curvas difíceis e rampas grandiosas.

Algumas pistas mostram a inspiração da equipe, como a The Chasm, que se parece com a RockHopper e é uma das mais legais do jogo. Mas isso também não significa que eles dependeram totalmente do trabalho da Evolution, pois é possível ver a criatividade da equipe por todo o lado.

Temos, por exemplo, uma pista que se passa numa madeireira e é repleta de toras e serras e outra inspirada por aranhas, com estruturas metálicas meio góticas. Oras, eu não pensaria em aranhas como tema para um ambiente gelado, mas funciona muito bem e a pista é muito criativa!


Aliás, o cenário não é nem de longe variado como o Pacific Rift, mas diria que supera o primeiro jogo nesse quesito. A gente chega esperando só neve, mas também temos muitas partes rochosas nas montanhas, algumas cavernas e as pistas mais baixas têm bastante terra e lama.

Eles conseguiram até fazer versões reversas das pistas, algo que não havia sido feito nos jogos anteriores. Isso também adiciona mais variedade, pois certas pistas mudam muito com isso!


Outras duas coisas são bem interessantes, ainda na parte das pistas.

A primeira é que existem algumas pontes feitas de gelo. Veículos pequenos passam sem problemas, mas os mais pesados fazem tudo quebrar. Estar passando com um pequeno e perceber que ela começa a desabar porque um grandalhão decidiu quebrar tudo é um momento bem caótico!

Imagina só se tivéssemos lagos congelados com uma ideia semelhante? Oras, seria genial!

Mas uma coisa genial que realmente está no jogo são avalanches!

Se você achou que Apocalypse foi o primeiro a incluir desastres naturais está totalmente enganado! Em Arctic Edge temos áreas vulneráveis na encosta da montanha e, se tocarmos nossa buzina, tudo vem abaixo. Isso é extremamente caótico e divertido, principalmente se você estiver na liderança e sacanear todos os outros!


A seleção de carros é pequena, com apenas 24 modelos, mas com a memória menor do PSP acredito que é justificável, por mais que esse não seria um problema no PS2.

Eles são divididos em oito classes. Monster Trucks, adicionados no Pacific Rift, não aparecem aqui, assim como os Racing Trucks, mas por outro lado temos a adição dos Snow Mobiles (motos de neve) e dos Snow Cats (caminhões limpadores de neve), que são feitos especialmente para esse jogo e são demais!

Digo, não são as minhas classes favoritas de toda a série, mas encaixam tão perfeitamente aqui que é impossível não gostar deles! Geralmente são minha escolha sempre que há a possibilidade, os Snow Mobiles são a melhor opção entre os mais leves e os Snow Cats também são ótimos.

E os visuais do Nord Pioneer e do Patriot Rhino são sensacionais!


Só diria que a Bigbig pecou no controle das motos, que está um pouco mais travado e menos ágil. Não é algo grave, mas não agrada como nos jogos do PS3 e acaba fazendo as outras classes serem opções mais interessantes.

Outro fator um tanto incômodo é que a inteligência artificial não é muito boa. No começo da corrida os adversários são uns demônios, correndo loucamente e sendo bem difíceis de alcançar, mas do meio pro final eles começam a fraquejar. É muito comum pegar a liderança e ficar sozinho pelo resto da corrida, não vendo ninguém nem no retrovisor, como se todo mundo tivesse morrido!


Uma função nova para nossos carros é a customização. É uma função bem limitada, com poucas variações em cada carro, mas ainda assim é bem-vinda e capaz de gerar algumas versões bacanas dos carros do jogo.

E, olha só, essa é outra novidade que alguns acham que surgiu no Apocalypse, mas que na verdade surgiu aqui! E aqui as modificações não são desbloqueadas no modo online, então você consegue usá-las mesmo atualmente, o que não se pode dizer do Apocalypse!


Um ponto que incomoda na customização no PS2 é que as texturas do jogo são péssimas! Na verdade todo o visual é feio no PS2, pois o jogo foi projetado para o PSP e a versão PS2 foi um port feito sem muita consideração e sem melhorias.

Para o PSP os visuais são bacanas, mas no PS2 ficam atrás até dos jogos do começo da geração, então deixam muito a desejar. Os modelos são bem simples, quase não existem danos ao carro e as texturas, principalmente dos carros, são muito pixelizadas.

E até rolam certos popups no cenário, o que não deveria existir de modo algum com esses gráficos.

Na trilha sonora o jogo tem uma ou outra música que me incomoda profundamente, assim como o Pacific Rift, mas no geral segue um mesmo estilo e embala bem o ritmo do jogo. E os efeitos sonoros são bem feitos, não devendo quase nada aos jogos anteriores.

VEREDITO

PONTOS POSITIVOS
• Mantém o espírito e a diversão da série

• O Alasca é um ótimo cenário para o novo festival
Pistas têm um design criativo e divertido
• Os veículos feitos para a neve são muito legais
• Versões reversas das pistas, pontes de gelo e áreas de avalanches


PONTOS NEGATIVOS
• Controle das motos parece mais pesado que antes
• Inteligência artificial age de forma estranha
• Gráficos ruins na versão PS2


Arctic Edge não é tão bom quanto os jogos anteriores, mas agrada os fãs da série e gosto bastante de como fizeram as coisas nele.

Muitas vezes quando uma série recebe um jogo portátil é algo bem básico e sem relevância, mas aqui temos um título bem peculiar, que aposta num cenário totalmente novo e ainda traz ideias próprias para a fórmula, como a customização e as avalanches. Se você gostou de MotorStorm no PS3 não há motivos para ignorar esse!

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