Mortal Kombat II


O primeiro Mortal Kombat era um jogo bacana, mas talvez ele não ganharia tanta atenção ou popularidade se não fosse a extrema violência, que era incomum para os padrões de 1992, e os sprites digitalizados, que transformavam essa violência em algo ainda mais chocante.

Ora bolas, ele foi um dos responsáveis pela criação do ESRB!

Mas eventualmente mais jogos violentos surgiriam por aí, então a série precisava evoluir se não quisesse ser esquecida logo. E felizmente foi o que Mortal Kombat II fez! O primeiro já tinha várias das características mais marcantes da série, mas é em MK2 que tudo se junta daquele jeito familiar que lembramos com mais carinho, então é hora de relembrar esse jogo!


Mortal Kombat II

Desenvolvedora: Midway

Lançamento: 1993

Plataformas: Arcades, Super Nintendo, Game Boy, Sega Saturn, Sega 32X, Mega Drive, Game Gear, Master System, PlayStation, PC e Amiga



Nesse jogo descobrimos que Shang Tsung não era um vilão independente, mas só um capanga de Shao Kahn, o verdadeiro imperador de Outworld e o mais interessado em dominar o reino da Terra.

Sem falar que ele é um baita personagem legal e um dos vilões mais legais dos games! Ora bolas, ele é um humano imperador de um mundo habitado por dragões, centauros e brutamontes de quatro braços!

Mas estamos divagando. Shang Tsung fracassou na sua missão e perdeu o torneio para o Liu Kang, motivo suficiente para levar um fatality com um martelo de guerra na cachola, mas ele tem um novo plano: realizar mais um torneio, dessa vez no próprio Outworld, trazer os lutadores da Terra e então só esperar que todos morram nas mãos do Shao Kahn.

Simples, mas aparentemente bem eficaz!


Temos aqui quase o dobro de personagens do jogo anterior. Do elenco original saem Kano e Sonya Blade (que só aparecem acorrentados no cenário da arena) e permanecem Scorpion, Sub-Zero, Raiden, Liu Kang e Johnny Cage.

Shang Tsung e Reptile, que não eram jogáveis no primeiro jogo, agora entram oficialmente para a luta, e temos como novatos Kitana, Mileena, Kung Lao, Baraka e Jax.

Uma bela atualização de elenco, devo dizer! No geral todos os personagens são legais e os novatos já conseguem conquistar o carinho dos fãs de cara, sendo que logo se tornariam  parte importante da mitologia da série. E a perda temporária da Sonya e do Kano até passa despercebida, por mais que eu goste da nossa policial com roupas de ioga.

Já do Kano eu nem gosto, então é legal vê-lo acorrentado!

YOU WEAK, PATHETIC FOOL!


Não temos grandes mudanças em relação ao gameplay, mas temos avanços.

Para começar, os personagens têm alguns novos golpes especiais. É um aumento singelo - indo de dois ou três golpes para quatro ou cinco -, mas já ajuda a deixar o gameplay mais interessante e nossas estratégias mais variadas.

Os lutadores antigos têm alguns golpes novos bem legais (como o chute bicicleta do Liu Kang e o Sub-Zero congelando o chão) e os lutadores novos têm ótimos movesets. Jogar com a Kitana, com a Mileena ou com o Kung Lao é bem divertido.


Já os fatalities agora vêm em duas variações, enquanto o primeiro jogo só trazia um por personagem.

Alguns deles são bem cômicos, como a Mileena sugando o oponente como se fosse uma bexiga e então devolvendo um monte de ossos, mas também temos alguns espetaculares e bem violentos, como o Kung Lao cortando o oponente no meio com seu chapéu ou o Shang Tsung sugando a alma do inimigo e deixando só uma carcaça.

Os gráficos podem ter envelhecido, mas esses fatalities continuam bem legais mesmo depois de tantos anos.

Também temos a introdução dos babalities e dos friendships. Não me importo nem um pouco com eles, mas estão lá e não fazem mal nenhum mal ao jogo. Seria mais legal ter mais fatalities, é claro, mas deve ser bem menos trabalhoso fazer o Liu Kang curtindo uma discoteca do que as vísceras de alguém espalhadas pelo chão, então é um bônus engraçadinho que a equipe nos deu.


E o gameplay simplesmente flui melhor aqui do que no primeiro jogo. O movimento dos personagens está ligeiramente mais ágil e leve, o que deixa o ritmo das lutas bem mais empolgante. Lutas no multiplayer podem ser absurdamente divertidas e acirradas, embora a situação seja bem diferente no single player.

Digo, já tinha falado do primeiro jogo e como ele começava justo e ia ficando bem difícil, mas Mortal Kombat 2 vai além e logo você percebe que o jogo está trapaceando descaradamente.

A máquina lê os botões que apertamos, reagindo perfeitamente em boa parte das vezes e tornando nossos especiais inúteis, e em lutas mais avançadas parece que as regras do jogo param de funcionar ao nosso favor e golpes que deveriam dar certo simplesmente não causam efeito nenhum.

Ora bolas, MK2 nem tem as endurance matchs e ainda assim consegue ser infernalmente mais difícil!

Até um ponto dá para se divertir bem, mas diria que tentar ir até o final é uma tarefa deveras frustrante.


Visualmente o jogo evoluiu e refinou as técnicas usadas anteriormente.

A maior diferença que noto fica nos cenários, que agora são menos realistas, mas mais harmoniosos e com detalhes mais legais (a evolução do "The Pit" entre os jogos é gigantesca, por exemplo).

Também considero esse jogo bem mais criativo nos ambientes. Com o torneio se passando no Outworld a equipe pôde criar locais mais fantasiosos e enigmáticos, como uma piscina de ácido, um portal guardado por figuras misteriosas ou um campo de batalha com inúmeros guerreiros mortos no fundo.


Mas os personagens também tiveram uma evolução, com imagens mais definidas e movimentos mais naturais. Era algo esperado, afinal a equipe estava ficando mais especializada nos gráficos digitalizados e assim conseguiram resultados melhores.

E as roupas estão mais bacanas aqui. Os ninjas estão mais estilosos, com diferenças sutis na máscara e no capuz, Raiden agora tem a parte azul da túnica e o visual dos personagens novos também é bem marcante.

Exceto Kintaro, que é só uma cópia felina do Goro, mas é um caso isolado.

E os ports para consoles foram bem melhores que os do primeiro jogo. Ainda tem muitos sacrifícios em relação ao original de arcade, naturalmente, mas as versões de SNES e Mega Drive não foram censuradas pela Nintendo e pela Sega, finalmente permitindo que toda a carnificina aparecesse nas nossas TVs.

Na parte sonora, as músicas seguem um estilo oriental parecido com o anterior. A trilha está melhor, mas da mesma forma acaba passando despercebida, ofuscada pelos sons da luta, que são mais chamativos e também estão bem-feitos.


Mortal Kombat 2 é o mais icônico da trilogia original e com razão. Enquanto o primeiro trazia várias das características marcantes da série, é esse que refina o material e transforma tudo numa experiência extremamente divertida.

E além disso o elenco é basicamente perfeito! Não temos nem mesmo um personagem ruim, só alguns relativamente pouco carismáticos, e os novatos logo tomariam seus lugares entre os mais icônicos da série. Não dá nem para imaginar a série sem personagens como Kitana, Mileena, Kung Lao e Shao Kahn!

Bom, a Midway conseguiu até imaginar a série sem Scorpion, Raiden, Kitana, Mileena e outros ao fazer Mortal Kombat 3, mas essa é uma história para outro dia!

PONTOS POSITIVOS
• Elenco maior e cheio de ótimos personagens
• Leque de golpes e fatalities aumentou um pouco
• Lutas fluem num ritmo mais divertido
• Gráficos mais bonitos, principalmente nos cenários
• Continua divertidamente violento


PONTO NEGATIVO
• Dificuldade infernal por causa da IA trapaceira

Comentários

  1. "Exceto Kintaro, que é só uma cópia felina do Goro"

    Discordo muito disso. Kintaro é bem mais ágil, tem muito mais golpes e poderes.

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  2. Ah sim, falo mais da parte visual mesmo. Tudo bem que isso é bem comum na série e na maioria eu nem ligo, acho que ligo um pouco mais pro Kintaro porque além de se parecer com o Goro ele ainda ocupa o mesmo papel de miniboss.

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