Resistance 2
Os alienígenas de Resistance: Fall of Man estavam se divertindo bastante na Europa, mas é claro que eles iriam invadir a América mais cedo ou mais tarde, afinal é o destino mais recomendado para uma invasão alienígena.
Então é hora de continuar a aventura com o nosso careca pouco simpático Nathan Hale e defender seu país dos alienígenas feiosos! Esse é Resistance 2!
Qualquer fã da série deve te dizer que esse é o jogo mais sem graça da trilogia, mas estou bem feliz por ter terminado, pois agora é hora de jogar Resistance 3, que é o melhor deles! Então sigam-me os bons para a análise!
Hale é resgatado depois dos eventos do primeiro jogo e é levado de volta para a América. Ele entra para os "sentinelas", uma força-tarefa do governo formada por soldados resistentes ao vírus quimeriano e que serão a primeira linha de defesa quando os aliens atacarem os EUA.
Esse ataque ocorre três anos depois, em 1953, invadindo as costas leste e oeste com uma frota gigantesca de naves, e então a equipe de Hale entra em ação para contra-atacar. O alvo principal é Daedalus, que era um soldado americano mas foi afetado pelo vírus e agora é um tipo de líder quimeriano super-desenvolvido.
Hale continua sendo um protagonista bem sem graça. Ele até tem mais diálogos, outros personagens para interagir e até um conflito interno para lidar, mas ainda falha em cativar e é difícil se importar com qualquer coisa que possa acontecer com ele. A Insomniac tenta deixar essa jornada mais pessoal que a anterior, mas simplesmente não funciona.
Os outros personagens também ficam no mesmo nível. Os parceiros de Hale nos acompanham durante boa parte do jogo, mas são tão pouco desenvolvidos que é possível chegar no final sem saber direito quem é quem.
Mas na parte dos quimerianos o jogo expande um pouco os nossos conhecimentos e também dá continuidade à guerra. Eles estão mais fortes, em maior número, com técnicas novas e a ameaça da invasão é muito maior que antes, o que é bem legal.
Resistance 1 era bem old school nas mecânicas, mas nessa sequência a Insomniac fez o possível para modernizar a fórmula, o que trouxe certas vantagens mas também é um passo atrás em vários aspectos.
Vamos começar falando da parte boa, que é a proporção dos acontecimentos. Enquanto o primeiro não coloca nada de muito grandioso acontecendo ao nosso redor, Resistance 2 se esforça para nos colocar no meio de coisas bem impressionantes. Sair em São Francisco e ver a frota quimeriana invadindo a cidade, por exemplo, é bem marcante e não há nada no primeiro jogo que alcance um efeito parecido.
Também fizeram um bom trabalho nos chefões. Praticamente todo cenário se encerra nos colocando contra um inimigo GRANDE, que exige um armamento pesadíssimo e dá um certo trabalho para matar. Entre eles temos um tipo de Kraken, um tanque gigante de ataque quimeriano e um monstro que é literalmente do tamanho de prédios.
De certa forma essas lutas me lembram um pouco as da série God of War na proporção, e isso é um sinal muito bom. O primeiro jogo não tinha esse tipo de conflito, então esse jogo acaba tendo uma coleção bem maior de momentos memoráveis.
Mas nessa missão de modernizar o jogo eles também alteram várias mecânicas da jogabilidade e não considero nenhuma delas bem-vinda.
A primeira é trocar a barra de vida por uma regeneração completa. É algo bem comum em FPSs e que não considero um problema, mas gostei bastante de como o primeiro jogo lidava com isso, então mudar esse sistema bacana por um bem mais genérico não é nada legal.
Também diria que o jogo é mais linear. No primeiro era comum ter mapas abertos em que podíamos explorar diferentes abordagens na batalha, mas aqui não temos essa liberdade, o level design é bem básico e não nos deixa explorar nada, a gente simplesmente vai matando os inimigos e seguindo em frente.
E a mudança que mais me incomoda é que o jogo só nos permite carregar duas armas por vez, ao invés de deixar todas disponíveis o tempo todo. Nem consigo entender como essa ideia pôde parecer interessante para alguém, não tem nenhum sentido!
Isso contribui para a sensação de linearidade do jogo, pois praticamente não podemos decidir qual arma é melhor para cada situação. É como se o jogo estivesse nos "poupando" do trabalho para simplificar a diversão, mas na verdade só deixa a experiência mais limitada e, consequentemente, menos interessante.
Mas pelo menos as armas continuam muito boas, assim como no jogo anterior.
Boa parte realmente retorna do primeiro jogo, como a Auger (que atira através das paredes) e a Bullseye (que pode perseguir um inimigo marcado), mas temos adições criativas, como a Splicer (que atira serras circulares que ricocheteiam pelo cenário) e a Pulse Cannon (um canhão de plasma super forte).
Outra coisa legal trazida do primeiro jogo é o multiplayer local, mas com menos opções. Não existe competitivo local, apenas co-op, e não é possível jogar toda a campanha com um amigo, existem missões separadas para isso.
É um modo bacana, por mais que poder jogar toda a história no co-op seria ainda melhor.
Visualmente a Insomniac também traz algumas alterações, o que era necessário, já que o tom marrom do primeiro jogo era sem graça e cansativo. Esse "filtro" sépia sai totalmente e temos uma paleta mais normal.
Eu prefiro o estilo gráfico que usaram no terceiro jogo, que tem um tom envelhecido mas sem exagero, mas foi bom abandonar totalmente esse estilo no segundo jogo porque já estávamos cheios dele.
Os modelos humanos estão melhores, embora ainda não convençam totalmente, e os quimerianos continuam chamando mais atenção, tanto pelos seus designs como pela naturalidade maior dos seus modelos. E também gosto demais do design das naves e veículos quimerianos, as naves de batalha são realmente estranhas e os "Goliaths" são bem impressionantes, principalmente pelo tamanho (eles estão bem maiores que no jogo passado).
A trilha sonora cumpre bem seu papel. Não é nada memorável (talvez o tema de morte fique marcado na mente, mas é simplesmente por ser uma coisa muito recorrente), mas é tensa, tem um tom de suspense e terror e ajuda a deixar muitas batalhas mais interessantes. Também é dramática às vezes com um tom de "fim de mundo", como na cena de São Francisco, que não seria tão impressionante sem a música que a acompanha.
Resistance 2 é um jogo intenso e que melhora certos aspectos do primeiro, mas que ao mesmo tempo tira várias características legais da fórmula e se torna o menos interessante da trilogia.
Eu até me impressiono: temos alienígenas, uma ambientação nos anos 50 e armas bem criativas, mas a sensação que tenho é que ele é um jogo totalmente genérico. A Insomniac tentou imitar outros shooters e o resultado disso é um jogo que diverte, mas que não tem pelo que se destacar e que não prende o jogador como deveria.
PONTOS POSITIVOS
• Várias cenas impressionantes
• Boas batalhas com chefes
• Armas continuam criativas e divertidas
• Trilha sonora deixa batalhas mais intensas
• Gráficos melhorados sem abusar do marrom
PONTOS NEGATIVOS
• Gameplay linear demais
• Limitação da escolha das armas
• Algumas mudanças (como a da vida) deixam o jogo mais genérico
• Personagens sem carisma
• Várias cenas impressionantes
• Boas batalhas com chefes
• Armas continuam criativas e divertidas
• Trilha sonora deixa batalhas mais intensas
• Gráficos melhorados sem abusar do marrom
PONTOS NEGATIVOS
• Gameplay linear demais
• Limitação da escolha das armas
• Algumas mudanças (como a da vida) deixam o jogo mais genérico
• Personagens sem carisma
Gostei do título do blog. Muito bom.
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