Beat'em ups legais do Mega Drive


Beat'em ups!

Um dos gêneros mais clássicos, simples e divertidos dos games!

A história é sempre básica: a cidade, o reino ou seja lá qual for o cenário foi dominado por uma figura nefasta e praticamente toda a população está se borrando de medo, exceto por um punhado de heróis corajosos o suficiente para saírem de casa decididos a espancar todos os meliantes que encontrarem, até chegar no mandachuva e também quebrar aquilo que ele chama de cara.

Os beat'em ups surgiram nos anos 80, viraram febre nos anos 90 e então evoluíram em 3D para os jogos de ação, como a série Batman Arkham, e os hack and slash, como God of War e Devil May Cry. Jogos como esses são deveras divertidos também, mas sempre achei que os clássicos em 2D têm um charme especial, mesmo nos seus clichês mais batidos.

O Mega Drive não foi a plataforma mais rica no gênero, perdendo para o SNES e para os próprios fliperamas, mas tem um punhado de títulos bacanas e decidi fazer uma pequena compilação com as minhas recomendações.

Então peguem seus canos enferrujados, comam o frango que encontraram no lixo para repor as energias e venham comigo!


O melhor de todos - Streets of Rage 2

Se você entrou nessa lista é porque gosta de beat'em ups, então com certeza já jogou Streets of Rage 2 e sabe muito bem que ele é pancadaria da melhor qualidade.

O que mais dizer então? SoR2 é um dos melhores beat'em ups da história, um dos exemplos mais icônicos do gênero (junto com Final Fight) e de quebra tem uma das trilhas sonoras mais sensacionais dos games.
 
Se alguém chegasse em mim do nada e dissesse "Hey! Eu nunca joguei um jogo de pancadaria, me mostra um aí!" Streets of Rage 2 seria o meu escolhido. Mas a chance disso acontecer é meio inexistente, então aqui estou eu recomendando o jogo para pessoas que já o conhecem.

Vão lá, joguem de novo qualquer dia!
  
 

O clássico - Golden Axe

A década de 90 foi a era de ouro dos beat'em ups, com muita popularidade e atenção de grandes estúdios. Assim tivemos uma leva de títulos super divertidos e, consequentemente, os beat'em ups da década de 80 ficaram num limbo. Muitos jogos da época foram super importantes para construir o gênero, mas a maioria envelheceu muito mal.

Mas não Golden Axe, não senhor! Essa aventura bárbara continua chutando muitas bundas e divertindo pra valer!

Aqui temos um lorde maligno que não gosta muito de usar roupas dominando o reino e trazendo toda sorte de malfeitores, delinquentes e esqueletos do mal para criar o caos. As vilas são saqueadas, o rei e a princesa foram capturados e apenas três guerreiros têm coragem suficiente para enfrentar o tirano.

Eles então atravessam o reino rachando a cuca dos meliantes e, se possível, roubando as montarias que cospem fogo ou dão rabadas.

O que é um baita diferencial legal, devo dizer! Quase todo jogo nos deixa pegar coisas para ajudar na pancadaria, mas quantos dão monstros para montar como Golden Axe faz?

Golden Axe também foi o que inaugurou o subgênero "hack and slash" do beat 'em up, onde lutamos com espadas e outras armas brancas ao invés dos próprios punhos.
 
E isso faz bem mais sentido que os beat'em ups comuns, devo dizer. É mais compreensível um guerreiro matar todo mundo na espada numa época medieval do que alguém espancar uma organização criminosa inteira e só encontrar uns quatro ou cinco caras com armas de fogo.

Ora diabos, difícil acreditar que uma gangue consegue dominar uma cidade inteira sem nem dar armas para os seus membros!

Mas estamos divagando. Sigamos!


O criativo - Comix Zone

Alguns nem consideram Comix Zone um beat'em up, tanto pelo movimento ser apenas lateral como pelas partes de puzzle, mas é um grande erro! Se mover apenas lateralmente acontece em outros beat'em ups e misturar gêneros é comum em todo tipo de jogo, usar uns neurônios a mais não anula toda a pancadaria!

E que bela pancadaria temos aqui!

O nosso personagem, Sketch Turner, é um desenhista de quadrinhos que acaba preso dentro da sua própria criação. Isso porque Mortus, o vilão da sua história, criou vida, escapou para o mundo real e quer matar seu criador para finalmente se tornar um humano.
 
Dessa forma toda a ação se passa dentro das páginas da HQ, o que afeta com muito estilo todos os aspectos do jogo. Atravessamos uma versão pós-apocalíptica de Nova York, um templo misterioso nos Himalaias e um cemitério de navios, enquanto lutamos com robôs, ninjas e alienígenas.

O Sketch estava criando uma baita história aleatória, devo dizer!

E não fica só no ambiente, a própria estrutura da fase atravessa as páginas, nos fazendo pular de quadrinho em quadrinho até chegar ao final. O tema ainda é aproveitado em detalhes, como os inimigos sendo desenhados pelo vilão ou os personagens conversando através de balões de diálogo.

Desenhistas reais de quadrinhos trabalharam no jogo, o que sem dúvida contribuiu bastante para a estética tão bonita de se ver. Outro fator importante foi ser lançado bem tarde, em 1995, pois assim puderam aproveitar muito bem o potencial do Mega Drive.

Claro que isso também contribuiu para que o jogo não alcançasse tanto sucesso, então uma sequência mais que merecida nunca saiu do papel.

O trocadilho não foi intencional. Eu juro.


O esquecido - Alien Storm

Alien Storm se parece um bocado com Golden Axe no gameplay e no estilo gráfico, mas ao invés de uma terra medieval nas mãos de um lorde maligno temos os Estados Unidos sofrendo a invasão alienígena mais desorganizada da história.

Sério, esses alienígenas parecem totalmente perdidos! Alguns estão apavorando as pessoas na rua, outros estão literalmente comendo telhados e outros ainda estão de boa escondidos em latas de lixo! Isso não faz sentido!

E sim, maldito jogo que me faz ir até uma lata de lixo esperando um frangão assado e ao invés disso encontro um alienígena viscoso e nojento. Raios!

Mas Alien Storm é um jogo divertido, exagerado e competente. Passamos pela cidade matando bichos deformados e bizarros para depois invadir a nave-mãe, que na verdade é o próprio líder alienígena, desbravar as entranhas da criatura e explodir o seu cérebro!

Oras, mas que sensacional!

E, para deixar o jogo mais característico, temos algumas seções de tiro em primeira pessoa e run n' gun no meio da pancadaria. Nada de especial nelas, mas hey, um pouco de variedade é sempre bem-vindo!

O subestimado - Splatterhouse 3

A série Splatterhouse é lembrada como uma das clássicas do terror, mas nem sempre vem à tona quando o papo é beat'em up. Um baita erro, considerando que o terceiro jogo é um excelente exemplar do gênero!

Aqui temos um bombado mascarado - que absolutamente não é o Jason - invadindo uma mansão lotada de criaturas demoníacas para salvar sua esposa e filho das garras de uma entidade maligna.

E a pancadaria é lindamente sangrenta! Os nossos golpes vão deixando as criaturas ensanguentadas, deformadas e mutiladas com detalhes bem caprichados. Certos inimigos literalmente perdem parte da cabeça e ficam só com a mandíbula e a língua pra fora!

Um dos chefões também perde a cabeça e revela um monte de bigatos vivendo dentro do seu corpo!

E outro chefão é literalmente um urso de pelúcia gigante possuído pelo demônio!

Raios, Splatterhouse é brutal!

Em termos de gameplay, algo muito interessante é que o caminho para o final da fase não é linear. E não no sentido de "escolha aqui ou ali e chegue no final do mesmo jeito", em Splatterhouse 3 você pode vagar pela mansão de inúmeras maneiras, pode até se perder entre os cômodos e o jogo só te pede para chegar no chefão dentro de um tempo específico.

Você não perde o jogo se demorar, mas sua família morre. Diabos!


A diversão garantida - Teenage Mutant Ninja Turtles - The Hyperstone Heist

As Tartarugas Ninja, é claro!

Hyperstone Heist é baseado no jogo de fliperama "Turtles in Time", que foi portado para o SNES mas chegou um pouco diferente no Mega Drive. O gameplay tem certas alterações, algumas fases mudam e o ritmo é um tanto acelerado, então ele não é um port mas também não chega a ser um jogo novo.

De qualquer forma é um título imensamente divertido. Turtles in Time é melhor, mas ele vale a pena ser jogado mesmo assim. Pancadaria com as Tartarugas Ninja é sempre bem-vinda!

E saber que um novo beat'em up delas está sendo feito pelo mesmo estúdio de Streets of Rage 4 enche meu coração de alegria!
 

O port inesperado da Capcom - The Punisher

Quando se tratava de beat'em ups nos consoles, a Capcom tinha uma imensa preferência pelo Super Nintendo. Só ele recebeu os ports de Final Fight, Knights of the Round, King of Dragons e Captain Commando, sem falar em jogos feitos exclusivamente para ele, como Final Fight 2 e 3, X-Men: Mutant Apocalypse e War of the Gems.

Então, no meio disso tudo, a Capcom fez um port de The Punisher para o Mega Drive e não fez para o Super Nintendo. Oras, que comportamento estranho!

The Punisher do Mega Drive é um port modesto, então hoje com emuladores não há muito motivo para escolhê-lo no lugar do original, mas nos anos 90 foi uma boa surpresa para o catálogo da Sega.

Claro que não compensava o resto que a Capcom lançou no SNES, mas é alguma coisa.
 
 
 

O clandestino - Shui Hu Feng Yun Zhuan (ou Water Margin: A Tale of Clouds and Wind)

Esse jogo desenvolvido em Taiwan não foi licenciado pela Sega e temos motivos para isso: ele reutiliza efeitos sonoros e sprites de jogos como Golden Axe, Streets of Rage 2 e Knights of the Round.

Que coisa feia de se fazer, estúdio taiwanês da década de 90!

Mas, deixando de lado as práticas moralmente questionáveis dessa equipe, o resultado que eles tiveram foi surpreendentemente bem-feito e divertido de se jogar.
 
O jogo se passa na China feudal, uma ambientação bem incomum, tem uma variedade boa de inimigos, um gameplay que flui bem e até ataques mágicos especiais legais de se ver. Mesmo que dê para reconhecer elementos de outros jogos a experiência é diferente.

Realmente não dava pra autorizar um jogo desses, mas eles até que se esforçaram nas modificações, diferente de jogos fuleiros autorizados pela Sega, como Chapolin vs Drácula e os da Turma da Mônica.

Eles só mudavam o personagem principal, ora bolas! Por que o Chapolin está lutando com o Drácula? Por que a Mônica está lutando com essas criaturas cogumelos? Mas que diabos!

Mas estamos divagando outra vez.

 

Não posso deixar de mencionar - Outros das séries Streets of Rage e Golden Axe

Eu falei dos destaques de cada trilogia, o primeiro Golden Axe e o segundo Streets of Rage, mas vale a pena conferir os outros títulos também.

Golden Axe 2 não arrisca e se parece bastante com o primeiro, então é tão competente quanto e diverte da mesma maneira, só não é tão icônico. Já o 3 muda muitos aspectos da fórmula e falha em vários deles, mas ao mesmo tempo traz novidades bem-vindas.

Do lado Streets of Rage, o primeiro jogo é bem mais simples que suas sequências, mas mesmo na simplicidade consegue divertir e tem uma trilha sonora que é tão boa quanto a do segundo jogo. O terceiro traz uma porção de ideias imbecis para a série, principalmente na história, mas tem um gameplay bom e mais veloz que o segundo, sendo que também consegue divertir.

Mas lembre de pegar o Bare Knuckle 3, que é a versão japonesa, e não a versão americana! Os dois têm ideias estúpidas, mas o japonês é melhor mesmo assim!


E essas são minhas recomendações de beat'em ups para o Mega Drive! Alguns desses é seu favorito? Esqueci algum que também é espetacular? Comentem aqui embaixo e até a próxima!

Comentários

Postar um comentário