Desert Demolition


Os Looney Tunes nunca conseguiram muita fama no mundo dos games, mas como fã dos desenhos eu sempre dei uma chance para eles, afinal entre tantos jogos podem existir coisas boas. E de fato existem: eu já falei aqui de Sheep Dog 'n' Wolf, um jogo baseado nos desenhos do Ralph Wolf que é um dos meus favoritos do PS1.

Então ao descobrir Desert Demolition eu quis jogá-lo imediatamente, afinal é estrelado pelo Coyote, o meu personagem favorito dos desenhos!

Seria ele uma das pérolas entre os jogos Looney Tunes? Pois é o que veremos!

Desert Demolition

Desenvolvedora: Blue Sky Software

Lançamento: 1995

Plataformas: Mega Drive




Na tela de início já temos uma reprodução das aberturas dos desenhos e uma boa surpresa: podemos escolher com qual personagem queremos jogar!

Naturalmente todo mundo escolhe o Coyote primeiro, afinal ele é bem mais legal e se você quisesse correr por aí com um personagem azul você colocaria o Sonic de uma vez. Então vamos começar falando do gameplay dele.


Capturar o Papa-Léguas não é o objetivo principal, na verdade temos apenas que terminar a fase no tempo determinado, mas esse tempo é bem curto e capturar a ave nos dá segundos extras, então é bom tentar capturá-lo sempre que temos a chance.

Coyote pode pular, correr, usar um turbo que é limitado e também se jogar no ar na esperança de agarrar o Papa-Léguas. Capturá-lo não é uma tarefa difícil, mas logo percebemos que vamos nos dar mal em muitas das tentativas. Ele pode pular e a gente passar direto, ou uma parede de metal pode surgir do chão logo depois dele passar, além de cactos, buracos e barris explosivos que ficam espalhados pela fase.

Deixá-lo escapar obviamente é algo ruim, mas não chega a incomodar, pois cria situações engraçadas e deixa o jogo muito fiel ao desenho.


E é claro que o Coyote não se limita a correr, ele tem acesso a bugigangas ACME! Temos patins a jato, sapatos de mola, roupas de morcego e etc.

Não temos todos ao mesmo tempo, mas cada fase tem um item que se adapta melhor ao ambiente. No deserto os patins a jato são perfeitos, pois nos jogam em alta velocidade pelas dunas, mas no meio das montanhas é muito mais útil pular por aí com as molas ou voar com a roupa de morcego.

No começo alguns desses itens são desajeitados e nos deixam meio perdidos sem saber como usar, mas logo pegamos o jeito e eles se tornam bem divertidos.

E diabos, não entender como usar o item e se espatifar em alguma coisa é a cara dos produtos ACME! Mesmo os erros nesse jogo servem para deixá-lo mais fiel ao desenho!


Explorar a fase também traz alguns benefícios: existem relógios escondidos que também estendem nosso tempo e coletar 125 selos ACME nos levam a fases bônus variadas, como voar num foguete ou pular de tora em tora numa cachoeira.

Não dá para explorar calmamente, já que é uma corrida contra o tempo, mas o level design é divertido e aproveita bem o gameplay do Coyote.


Jogar com o Papa-Léguas muda bastante coisa. O objetivo continua sendo chegar ao fim da fase, mas além dos relógios espalhados pela fase a única forma de estender o tempo é fazendo com que o Coyote se machuque, o que é mais difícil, então a coisa mais intuitiva a se fazer é simplesmente evitá-lo e correr loucamente pela fase.

Dessa forma o jogo perde algumas das suas características únicas e acaba se tornando um platformer mais padrão, seguindo o estilo de Sonic com loopings, impulsos e paredes para subir correndo. As fases até são adaptadas para esse gameplay mais veloz, mas fica notável que elas ainda são bem melhores para o Coyote, principalmente porque ficam muito curtas quando corremos pelo cenário.


O jogo tem cinco fases com dois atos cada e um chefão final. É bem curto, pois jogando com o Coyote acaba rápido (cerca de 25 ou 30 minutos) e com o Papa-Léguas ainda mais (talvez uns 10 minutos), sem falar que os cenários são iguais e a luta final é exatamente a mesma, apenas invertendo os papéis.

Algo que na minha opinião faria uma diferença absurda é se o jogo tivesse um multiplayer. Imagina colocar cada jogador como um personagem no mapa da fase e dar um tempo para ver quem consegue se sair melhor! Sem dúvida seria bem divertido!


Visualmente o jogo é muito, muito bom.

Os cenários são bem desenhados, mas o que surpreende mesmo são as animações do Coyote. Não sei se alguém da própria Warner trabalhou no jogo ou se eles simplesmente replicaram muito bem os trejeitos do personagem, mas o que sei é que o resultado final é espetacular, ele esbanja personalidade e carisma em cada movimento.

E como o gameplay dele é mais variado as animações são numerosas, cada situação tem uma animação muito bem feita e que agrada muito aos fãs do desenho.

O Papa-Léguas também é bem animado, mas não chega nem perto da qualidade do Coyote. O que é natural, pois no desenho suas reações também eram mais simples.


Exceto pelos bônus, as fases não têm nenhuma música tema. As músicas que temos são sincronizadas com as ações do gameplay: andar gera uma melodia, correr gera outra e cada item também tem a sua música específica.

Esse sistema funciona muito bem, pois é parecido com o que é feito nos desenhos originais. Um bom exemplo é o som de vitória que toca quando conseguimos atravessar uma corda com o capacete ACME, é tão exagerado que parece que o jogo está zombando da gente por ter realizado uma tarefa tão simples!

VEREDITO

PONTOS POSITIVOS
• Muito fiel aos desenhos
• Itens deixam o gameplay mais variado e divertido
• Gráficos excelentes, principalmente nas animações do Coyote
• Músicas sincronizadas com o gameplay


PONTOS NEGATIVOS
• Muito curto e a luta final se repete
• Level design não favorece o Papa-Léguas


Desert Demolition varia bastante na qualidade dependendo do personagem que você escolhe. Com o Papa-léguas é um platformer fraco, que não oferece nada de especial e acaba extremamente rápido, mas com o Coyote o layout dos cenários é melhor aproveitado, o gameplay é mais variado, principalmente pelo uso dos itens ACME, e as animações dão um charme irresistível ao jogo.

A curta duração continua sendo um problema mesmo com o Coyote, mas a experiência é mais divertida e representa muito bem o humor e a sensação dos desenhos clássicos.

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